quinta-feira, dezembro 17, 2015

Eu, o metal e metallica

1987

Fim dos anos oitenta, o cenário do heavy metal chegava a seu auge, mas ainda se mantendo nos undergrounds. Não, não estamos falando do hard rock de bandas como Van Halen, Deep Purple, Whitesnake, Def Leppard, Scorpions, entre tantas outras que já eram sucesso na mídia. Me refiro a um nível pouco acima (no meu gosto), um nível que poucos se atreviam a ouvir, ou tentar ouvir. Uns acreditavam que realmente era música do diabo, e assim sendo, se mantinham distantes dela e de todos que a ouviam.

Era tempos difíceis para se conseguir dados novos. O que tínhamos, eram pessoas que viam dos "exteriores" com as novidades. Um indicava ao outro e os LPs rodavam de mão em mão. Lembro que para conseguir uns discos emprestados, tinha que ser muito enturmado, pois não emprestavam a qualquer um. Havia uma espécie de ritual da irmandade, tinha que conquistar a confiança e mesmo assim, os discos mais raros só se fôssemos ouvi-los na casa do dono. Bons tempos.

Comecei minha trajetória no rock com bandas tipo AC/DC, Kiss, Iron Maiden, Deep Purple, Pink Floyd, Led Zeppelin, Dio, Queen, Sabbath, Whitesnake, Judas Priest, ZZ Top, Saxon, Nazareth, etc ... lá no início dos anos 80. Sempre curti rock.

Mas foi em 1987, que um amigo de turma do colégio, me concedeu a honra de levar 4 discos para ouvir durante o fim de semana em casa. Tinha em mãos:

  • Celtic Frost - To Mega Therion (1985)
  • Kreator - Pleasure to kill (1986)
  • Kreator - Endless Pain (1985)
  • Metallica - Master of Puppets (1985) 
Não conhecia nenhuma destas ... 

      

Primeiro a ir para a vitrola, foi o Metallica. Para quem estava acostumado com o heavy metal tradicional ... foi uma marretada nos tímpanos. E das boas. Era o que precisava ... som novo, mais agressividade ... um degrau acima na minha escalada neste universo. A música é uma das drogas mais deliciosa. Não importa o estilo, se você ouve algo novo daquilo que gosta e te surpreende, o efeito é sensacional. Te deixa feliz por saber que existem coisas boas rolando por aí ... é descobrir que tem um mundo à sua frente para ser explorado. E assim foi... descobri o Trash Metal.

Aí veio Exodus, Anthrax, Venom, Void Void, Exciter, UFO, Slayer, Dorsal, Sepultura, Korzus, DRI, Mercyful Fate, Sodom, Sacred Reich, Megadeth, Candlemass e centenas de outras bandas. Parecia o Tio Patinhas mergulhando em milhares de sons novos, graças à Rock House (Brasilia) e um par de amigos fanáticos.

Passada a novidade, me recuperei da euforia e continuei a navegar em mares de guitarras distorcidas, ficando mais seletivo, é verdade. De tantas bandas fiquei com as mais cadenciadas ... Separei o joio do trigo e fiz minha própria seleção.

Black Sabbath não conto, pois os coloco em outro patamar ... Música clássica.

Desde então, acompanho a carreira de todas estas bandas, indiretamente, me sinto parte desta história. Comprei os discos e os ouvi exaustivamente  ... e confesso que ainda ouço alguns.

Tempos sombrios


No início da década de 90, começou a decadência. Não se conseguia mais ver novidade no cenário. Melhorou de 2000 pra cá.

Nem era mais do mesmo, mas sim coisas esdrúxulas, experimentais ... ladeira abaixo. Experimentar num seguimento deste, não é lá muito conveniente. Mudar de estilo do nada ... not good. Nós gostamos do que ouvimos, não tente outra vibe ... se tentar, muda o nome da banda ... Neste universo, pode e há inovação, mas tem que manter a fé, a vibe  ... o respeito ao estilo. Tantos fazem, poucos conseguem.

Quando começa esta coisa de mudar de integrante, a coisa nem sempre fica boa. Toda banda tem seu alicerce e se este sai ... pimba.

Metallica, não é unanimidade para aquela galera das antigas, fãs que conheceram este mundo lá dos primórdios e acompanharam a evolução do gênero, não têm como dizer que Metallica é bom atualmente.

Eu, particularmente, acho que depois que o baixista Cliff Burton morreu em 1986, a banda findou. Até porque, não podemos chamar Jason Newsted de baixista.... ele toca baixo ... tanto quanto o JR do sepultura e Sid Vicious dos Sex Pistols ... Quem os conhecem, entenderão.

Lançaram em 88 o ... And Justice for all ... que levou a banda a outro patamar. Diria, um divisor de águas. Ainda aceitável, mas vi com desconfiança. De trash metal, foram para metalzinho. O que os sustentam até hoje, são seus 3 ou 4 primeiros discos que ainda são tocados exaustivamente em seus shows, sejamos sinceros.

Assisti, por curiosidade o filme do Metallica - Through the Never ...
.... que bela X%$&@#. Simplesmente vergonha alheia. Some kind of monster muito mais lesgal.

Outra coisa que me intriga, é ver que eles vieram umas 3 vezes ao Rock in Rio e fizeram exatamente o mesmo show ... sem tirar nem por. Idêntico. Um pouquinho de criatividade, cai bem. Fora todo aquele mimimi com Dave Mustaine, Napster, Iron Maiden e baixar música da internet, que me fez brochar com a banda. E me nego a aceitar que se auto intitulam como a maior banda no planeta ...

Enfim, acho que consegui responder, neste resumo, a muitos que me perguntam sobre Metallica. Gostava, mas hoje não tenho saco nem pro primeiro acorde. Vou ficar com meu som das antigas e outros tantos da nova leva que estão por aí ...

Agora estou mais para ouvir prog... se bem que Slayer e Sabbath sempre caem bem.










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